Museu Histórico Thiago de Castro - R Benjamin Constant, esq. R Hercílio Luz, Centro - CEP 88501-110 - Lages/SC - Fone: (49) 3222-7603
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domingo, 20 de julho de 2008

FUNDADOR DO MHTC

O Museu Histórico Thiago de Castro é resultado de um sonho que se estruturou como objetivo de vida de seu idealizador, Danilo Thiago de Castro. Essa trajetória teve início em 1937, quando Danilo ainda era bastante jovem, mas já entusiasmado com a possibilidade de “guardar a memória” da cidade de Lages. Procurava, adquiria e guardava tudo aquilo que, para seu entendimento era referência de um modo de ser do passado, e que poderia servir para as futuras gerações terem como referência de como era o cotidiano de outrora.

Nessa caminhada, em 1943 Danilo funda, num quarto de sua residência particular, o “Museu Histórico Thiago de Castro”. Ainda que de maneira modesta, o “quarto-museu” já apresentava uma coleção considerável de caráter histórico, onde, entre fotografias, objetos e documentos, começava a esboçar a exposição de um dos maiores acervos históricos particulares de Santa Catarina.

No ano de 1948 uma comissão da Câmara de Lages prestigia a coleção do Sr. Danilo em visita ao “quarto-museu”, momento em que são registradas algumas impressões sobre o acervo demonstrando sua relevância para a cidade de Lages. Anos depois da visita dessa comitiva, o Museu é oficialmente criado através da Lei 281 de 9 de Junho de 1960, decretada pela Câmara do Município de Lages e sancionada pelo prefeito da legislatura vigente. Desde então o Museu fica aberto ao público, instalando-se posteriormente, em 1996, até os dias atuais, no andar térreo do prédio onde funcionou por décadas o Fórum de Lages. Suas instalações mantêm-se abertas ao público em geral para visitação, nas exposições, para pesquisa no arquivo e biblioteca, e atividades culturais relacionadas à memória e história de Lages.

O acervo do Museu Histórico Thiago de Castro em sua grande maioria foi resultado da busca e guarda do Sr. Danilo Thiago de Castro, que já em sua adolescência demonstrou-se interessado por colecionar coisas. Com o tempo, no lugar de perder o interesse pelas coleções, foi refinando ainda mais seus anseios e preocupações quanto ao ato de “guardar”, e dessa forma, o Sr. Danilo passa a ser conhecido na cidade como “catador de lixo”, pois saía pelas ruas da cidade com seu velho saco de estopa a procura de objetos, peças, documentos, fotografias, para formar sua coleção de “coisas antigas”.

Assim, o acervo foi se construindo entre achados e perdidos. Achados, quando Sr. Danilo caminhava pela cidade e encontrava nas lixeiras exemplares de jornais antigos, utensílios “velhos”, e sem pensar muito colocava em seu saco de estopa e levava para casa. Perdidos, porque o Sr. Danilo não apenas circulava nas ruas de Lages em busca de indícios do passado, mas também batia de porta em porta, na casa de amigos e conhecidos no desejo de encontrar mais preciosidades para sua coleção de “coisas antigas”. Batia nas portas, e como já era conhecido na cidade, era sempre recepcionado e convidado a dar uma olhada nas “velharias” que cada um guardava. Foi nesse processo de dedicação do Sr. Danilo e confiança de uma população que lhe confiava a guarda de sua memória, que o acervo do Museu foi se constituindo. Hoje o Museu dispõe de um procedimento de doação com fichas e regulamentações para todo material que é recebido.

O Museu e Danilo Thiago de Castro, seu idealizador e fundador, caminharam juntos por quase 70 anos preservando um dos maiores acervos em Santa Catarina. Esta história de persistência e abnegação nos dá a convicção que o trabalho de Danilo Thiago de Castro foi grandioso, merecedor de respeito e admiração, por ter impedido o tempo de destruir parcela considerável do registro de nossos traços culturais, nossas origens e de nossa gente.

“... essa vida que eu quero. Se tivesse mais 100 anos, era 100 anos que eu tava aqui dentro. Tranqüilamente, sinceramente. Por isso que os ditados populares são verdadeiras leis né, dizem. Tem um que eu gosto muito: ‘De músico, de poeta e de louco cada um tem um pouco’. Graças ao bom Deus o louco da cidade fui eu, juntava coisarada velha,
tão bom!”

Danilo Thiago de Castro

*02/12/1919

+29/04/2006