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segunda-feira, 30 de março de 2009

"MECANOMORFOSE" - Ângela Waltrick

(Condensado do texto original  fornecido pela artista)
A partir de uma arte puramente contemporânea, a obra da artista Ângela Waltrick - MECANOMORFOSE - nasceu com o intuito de refletir as possíveis ligações entre a máquina, o homem, o homem-máquina, a vida natural, os mecanismos da vida e a mecânica da humanidade.
O termo Mecanomorfose, em relação aos metais (química), se refere às ações e reações físicas (mecânicas) que estes podem sofrer com relação a choques e pressões. Sabemos também, que determinados metais possuem reação adversa a certos reagentes químicos que submetidos a eles passam por processos voluntários de degradação.
Neste caso, o metal galvanizado, apesar de ser zincado e por isso ter uma camada a mais de proteção, torna-se vulnerável à ação do tempo. Quando permanece em sua função natural (chaminé de fogão) em espaço externo ou como calha (para condução de água das chuvas), o seu tempo de existência é reduzido.
Na Biologia, este termo está ligado à embriologia, ou seja, a variação de forma do embrião (ser vivo em formação), ao seu desenvolvimento desde a concepção até o terceiro mês de gestação, bem como ao processo de amadurecimento dos seus principais órgãos que lhe garantem a vida.
Na Pedagogia, Vygotsky fala de uma evolução do indivíduo e das mudanças do seu comportamento a partir do seu contato com o meio em que vive.
Em termos materiais, por se tratarem de tubos (canos) de metal galvanizado, estamos diante de uma linguagem industrial (produção em série), e voltamos a uma análise histórica evolutiva: a descoberta do fogo na Pré-História, diante do fogo de chão da nossa região, do fogão de tijolos de antigamente, da criação do fogão a lenha e das chaminés que foram responsáveis pela manutenção das máquinas a vapor da Revolução Industrial. E hoje, da sua substituição pelo fogão a gás e até mesmo pelos fornos elétricos e o microondas que apareceu para facilitar a vida do homem contemporâneo que muitas vezes é engolido pela máquina e não tem tempo nem para ele mesmo.
Analisando sua forma cilíndrica e curvilínea, podemos observar a obra enquanto minimalista, percebendo apenas os pontos, as linhas e as formas de suas configurações estéticas.
Por se tratarem de tubos, possuem um lado externo visível e um interno aparentemente invisível, pois só enxergamos onde nos é possível avistar. Neste sentido, podemos relacionar a todas as coisas que imaginamos, acreditando ou não, mas não vemos porque não nos é possível. Como no “mito da caverna” de Platão, admitindo a possibilidade de não enxergarmos porque temos medo de ver a luz e em determinada situação, o comodismo cega os olhos.
A obra da artista Ângela Waltrick estará em exposição de 01abr09 a 14mai09.